Abraço simbólico cobra preservação da Cabana do Pescador em Cabo Frio.

Moradores, turistas e ambientalistas realizaram, no sábado, um abraço simbólico na Cabana do Pescador, localizada entre as praias do Peró e das Conchas, em Cabo Frio. Apesar de tombado pelo município e pelo estado, o casario encontra-se abandonado, foi arrombado e teve seu deque de madeira deteriorado, oferecendo risco a visitantes desavisados que sobem ao local para registrar fotos com as praias ao fundo.

Após uma série de protestos, a Prefeitura de Cabo Frio — responsável pela guarda da Cabana — interditou os acessos com fitas plásticas e manteve dois agentes da Guarda Municipal no local no domingo. Além de ser um ponto turístico procurado para fotografias, a área é a porta de entrada das trilhas do Morro do Vigia.

Construída no início da década de 1940, a Cabana serviu por muitos anos como abrigo de pescadores e também como restaurante. O imóvel fica em um costão rochoso — área de marinha — e dentro do Parque Estadual da Costa do Sol. O Ministério Público Federal (MPF) solicitou a demolição da estrutura por infringir normas ambientais. A Justiça autorizou a demolição, mas a comunidade reagiu, e uma audiência pública foi realizada em fevereiro.

A Justiça concedeu prazo de 30 dias para que a Prefeitura apresentasse um destino sustentável para a Cabana, mas o prazo não foi cumprido. Em agosto, o município apresentou um projeto que incluía a instalação de uma lanchonete, porém a proposta foi rejeitada pelo MPF. Em setembro, um segundo projeto foi protocolado, prevendo a criação de um museu e de um posto de controle de acesso ao Morro do Vigia. A iniciativa recebeu aval do MPF, mas ainda depende da aprovação do INEA, já que se trata de uma área de proteção integral. Moradores reclamam da falta de empenho dos secretários municipais para que a situação seja resolvida antes da alta temporada de verão.

Pelas redes sociais, o prefeito Sérgio Azevedo afirmou que a Prefeitura não pode realizar intervenções na Cabana do Pescador porque o destino do imóvel está judicializado. Disse ainda que o projeto de restauração e ocupação já foi apresentado à Justiça Federal, mas permanece sem aprovação.