• Moradores estão preocupados com a superlotação do Peró para o próximo verão e entregam documentos ao MP.



    Um alerta para o caos anunciado. Moradores e ambientalistas do Peró, em Cabo Frio, entregaram um documento ao prefeito da cidade, Adriano Moreno, alertando-o sobre o risco de superlotação e transtornos no balneário no próximo verão. A preocupação aumentou com a visibilidade que o Peró ganhou com a Bandeira Azul, com a diminuição da faixa de areia da Praia do Forte e com o vazamento de óleo no Nordeste, que desviou muitos turistas para a Região dos Lagos. Cópias do documento foram encaminhadas ao Ministério Público (estadual e federal), Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Inea.

    A principal reivindicação é a elaboração de um Plano Operacional para a Costa do Peró (Conchas, Peró e Pontal) para a alta temporada. Dois pontos foram destacados: a necessidade de maior mobilização da Guarda Municipal para controlar o acesso e disciplinar o trânsito e ordenamento da ocupação do espaço público, em especial nas áreas de lazer e de preservação. No feriado prolongado da Proclamação da República, o Peró foi invadido por ônibus e vans sem autorização para circular em Cabo Frio.

    No documento, os moradores também pedem à Prefeitura que faça o teste operacional para melhorar o acesso ao Peró no trecho da Rua dos Biquínis, com instituição do regime de mão única nas Ruas Jorge Veiga (Rua dos Biquínis) e Samuel Bessa (Jacaré). O teste não foi feito no verão passado a pedido de comerciantes locais, que temiam perder clientes. O caso foi levado ao Ministério Público Estadual. O Peró reclama também novo recapeamento, com fresagem e drenagem da pista, da Avenida dos Pescadores e demais vias de acesso à praia. Os moradores aguardam há três meses uma audiência com o prefeito Adriano Moreno para levar suas reivindicações.

    O documento foi elaborado após reunião dos Amigos do Peró, grupo de moradores, veranistas e ambientalistas que defendem a preservação da orla do balneário. Eles esperaram passar o feriado prolongado para ver o comportamento dos serviços públicos. Constataram a necessidade de uma presença mais efetiva da Guarda Municipal e da Polícia Militar e de um plantão de um representante do Projeto Bandeira Azul para coordenar as ações no trecho certificado, na área urbana do Peró. Reclamam também a divulgação de um telefone 0800 para chamadas de emergência na área da Bandeira Azul.

    -- O objetivo deste documento é fazer um alerta às autoridades. Se medidas de ordenamento não forem planejadas e executadas, teremos o caos. Isso significa que veículos de socorro do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar, o transporte público e os caminhões da coleta de lixo não conseguirão entrar e sair do Peró. Além disso, nossas vias de acesso estão um queijo suíço com o serviço mal feito de tapa-buracos. É preciso também banheiros químicos na Praça do Moinho, principal área de lazer do bairro – explicou Jorge Murilo, dos Amigos do Peró.

    No feriado prolongado, os Amigos do Peró também observaram a falta dos quadriciclos do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar. E também a ausência de fiscalização do INEA em especial da Praia das Conchas, que está inserida no Parque Estadual da Costa do Sol. A principal infração era a presença de cães. Os ônibus e vans irregulares deixaram os passageiros na praia e esconderam os carros em ruas mais afastadas da orla.

    -- O trecho da Bandeira Azul tem uma estrutura de ordenamento, mas a presença do poder público é necessária nos acessos e no restante da praia, das Conchas ao Pontal. Até hoje não temos notícias de um plano operacional para o trânsito e ordenamento do espaço público no Peró – lamentou Machado Silva, dos Amigos do Peró.

    Sem fiscalização, ônibus e vans irregulares tumultuaram o trânsito do Peró no feriado prolongado.

    Fotos: Arlindo Carvalho.

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