Na terça-feira (02), representantes do Poder Público de São Pedro da Aldeia e membros da sociedade civil se reuniram, na sede da Prefeitura, para discutir o projeto de implantação da Clínica-Escola do Autismo no município. Juntos, os profissionais formam uma comissão criada com o objetivo de dar andamento aos processos, definir metas e ações prioritárias em prol da causa. Em São Pedro da Aldeia, a construção da unidade terá como base o modelo implantado em Itaboraí, considerado referência no país, e terá como foco o atendimento gratuito e multidisciplinar a crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista (TEA).
“A criação desse movimento é muito importante e agradeço a cada integrante dessa comissão. A proposta é que seja uma construção coletiva, um espaço em que todos tenham voz e que possamos elencar as áreas de interação, de trabalho e atuação. O passo está dado e nós fomos escolhidos para essa missão, que foge a qualquer quadrado político. É fundamental nós, da Região dos Lagos, darmos as mãos para fazer uma frente dentro de cada área de conhecimento e tornamos esse sonho realidade”, destacou o secretário de Governo, Eronildes Bezerra.
Durante o encontro, foram discutidas as principais metas da comissão, os desafios e objetivos a serem atingidos, entre eles o cadastramento e identificação das pessoas com transtorno do espectro autista (TEA), incluindo o diagnóstico e perfil traçado do público prioritário; os espaços públicos disponíveis; a articulação com as demais Secretarias Municipais e setores da sociedade civil; o monitoramento contínuo e coletivo; a divulgação do tema e das ações do grupo; o acompanhamento e acolhimento familiar; o processo de inclusão escolar; o dimensionamento da capacidade de atendimento; a capacitação profissional e os mecanismos existentes para a captação de recursos.
Na oportunidade, o secretário de Educação, Alessandro Teixeira, enalteceu algumas atividades paralelas desenvolvidas pela pasta em prol da causa. “Fizemos um convênio com o IFF com a oferta de formações continuadas e hoje já estamos com algumas possibilidades para trabalhar a questão do autismo. Nós já temos uma boa base de diagnóstico pelas experiências que são vividas e que já foram compartilhadas. Agora vem a etapa do planejamento e o que se pretende em médio espaço de tempo com a comissão. A ideia é espelhar as boas práticas da Clínica do Autismo de Itaboraí olhando as especificidades do nosso município”, comentou.
A comissão é composta por representantes da Procuradoria Geral do Município, Secretarias de Governo, Saúde, Educação e Assistência Social, e por alguns colaboradores, entre eles o advogado Carlos Magno, que também tem experiência no universo do autismo e que se predispôs a ajudar o município aldeense a consolidar essa iniciativa pioneira na região.
“As nossas reuniões, os eventos e as palestras têm uma importância muito grande porque é a divulgação do tema do nosso trabalho. Uma das coisas que ainda falta bastante é a educação para o que é o autismo. Essa é uma luta muito mais de amor do que de exercício de cidadania e nós temos que estar unidos em torno disso”, comentou o advogado.
Pai de autista, José Reis Neto também é um dos integrantes voluntários da comissão. “Estou aqui para somar nesse esforço gigantesco para dar atenção às pessoas com autismo não só na cidade de São Pedro da Aldeia, mas em toda a região. Eu só posso exprimir esse projeto como um exercício do amor e sei que, certamente, nós poderemos ir muito mais além. Existem muitas ferramentas e caminhos que a gente pode abrir, acionando também áreas superiores como o Estado”, comentou o morador de Praia de Linda, conhecido como Zezinho.
Em São Pedro da Aldeia, o projeto conta, ainda, com o suporte de Berenice Piana, coautora da Lei 12.764, sancionada em 28 de dezembro de 2012. Mãe de três filhos, sendo o caçula autista, Berenice foi a idealizadora da primeira Clínica-Escola para autistas no Brasil, localizada no município de Itaboraí.
Também participaram da reunião o procurador geral do município, Cristiano Oliveira; a ouvidora do município, Lilian Martins; a secretária adjunta de Assistência Social e Direitos Humanos, Olívia Sá, e a presidente do Instituto de Amparo ao Autista Mãos Unidas, Dayse Cunha, além de colaboradores voluntários, entre eles o fisioterapeuta do município de Cabo Frio, Sérgio Ribamar, e a coordenadora do Centro Municipal de Reabilitação de Cabo Frio e representante da Pessoa Com Deficiência na Comissão Intergestores Regional (CIR) na Baixada Litorânea, Fernanda Suzarte.
Espero que realmente esse projeto saia do papel vê vire realidade estou cansada de procurar recursos para o meu filho que é autista e graças a Deus o Instituto de Amparo Mãos Unidas acolheu meu filho!
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