Leite partilhado com amigos e parentes, bancos de leite, orientação sobre o excesso de leite: oportunidades de diálogo entre médicos e mães
Um estudo americano mostra que, embora a maioria das mães saiba que a prática de compartilhamento de leite materno não é apropriada, um terço delas diz que não iria considerar a saúde do doador ou a segurança do leite doado, antes de ofertá-lo para o seu bebê.
Os pesquisadores também descobriram que a maioria das mães de primeira viagem aprendeu sobre compartilhamento de leite materno com amigos ou parentes - um número pequeno de mulheres compartilha leite com ambos - mas são poucas as mulheres que discutem essa opção com seu médico antes de fazer isso.
Segundo os pesquisadores, o estudo é uma tentativa de entender o comportamento de milhares de americanas, visando saber como os profissionais de saúde e as mães, em conjunto, podem tomar melhores decisões para si mesmas e seus bebês. “O estudo descobriu que amigos, parentes e os meios de comunicação desempenham um papel importante na educação e no diálogo em torno do compartilhamento de leite materno, mas que os profissionais de saúde estão sendo deixados de fora desse processo. E isso é preocupante, porque há riscos envolvidos na alimentação do bebê com leite materno vindo de outra mulher, mesmo que ela seja uma amiga ou uma parenta”, afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski (CRM-SP 36.349).
A Academia Americana de Pediatria emitiu uma nota sobre os perigos de alimentar os bebês prematuros com leite não pasteurizado, mas não existem diretrizes atuais sobre o compartilhamento de leite materno nos EUA. Há milhares de mulheres que são incapazes de amamentar, mas mesmo assim querem oferecer a seus bebês os benefícios do leite materno, o que levou ao crescimento de uma indústria regulamentada de compra do “produto” por lá.
Outros estudos, conduzidos pelo mesmo grupo de pesquisadores, mostraram que o leite materno adquirido através da internet é muitas vezes contaminado com leite de vaca, produtos químicos ou bactérias causadoras de doenças. “Bancos de leite sem fins lucrativos nos Estados Unidos fazem um trabalho rigoroso de triagem de doadores e de purificação do leite materno, mas porque há tão pouco leite doado, a grande maioria é dada a bebês prematuros hospitalizados. Os bancos de leite chegam a cobrar quatro dólares por 30 mililitros, o que é muito caro para muitas famílias, e leva algumas mulheres a recorrerem à internet para comprar leite de estranhas ou buscá-lo entre amigas ou parentas”, explica o médico.
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