Alunos do ensino médio do
município de Cabo Frio ganharam mais uma vez as ruas da cidade. Organizados com
faixas e cartazes, desta vez, ao invés de ocupar a Praça Porto Rocha, foram
para o Centro de Estudos Natália Caldonazzi, que fica no bairro do Portinho, onde aconteceu uma reunião com o Ministério Público, representantes do Sepe, Secretaria de Educação Municipal e Estadual,
além de pais e alunos.
Coordenado pelo MP, todos tiveram
a oportunidade de falar. Inclusive um intérprete foi utilizado para os alunos
da Escola M. Arlete Rosa Castanho ( que atende alunos com deficiência auditiva
), traduzindo para libras, pois eles estão preocupados com estatização do ensino médio.
Os alunos do Rui Barbosa
apresentaram números para defender a permanência do ensino médio no município
de Cabo Frio. “Sabemos que o município tem como prioridade o ensino infantil e
o fundamental, mas o ensino médio utiliza apenas 7% do repasse financeiro
para a educação, o que é menos do que gastam na Secretaria de Educação. Então
93% está sendo gasto com a prioridade da cidade .” Exclamou um aluno.
Denise Soares, representando o SEPE, também falou “
Apresentamos através de dados o que temos no município, a prefeitura investe
mais na Secretaria de Educação do que no ensino médio. Então temos que fazer as perguntas : o que é prioridade? A educação dos alunos ou a burocracia da
secretaria de educação ? Pra todos os
governos a culpa é da crise. A gente sabe que houveram perdas com a queda dos Royalties,
mas a receita da educação vem numa crescente então não existe motivo real para
acabar com a escola de ensino médio. Há uma preocupação com relação ao alunos
da E.M. Arlete Rosa Castanho. Sabemos que o aluno que é deficiente auditivo não
vai se adaptar e vai parar de estudar . O estado não oferece as mesmas condições
para eles.” Declarou.
Por parte do governo
municipal primeiro falou uma
representante da Secretaria de educação, declarando que este momento está sendo
difícil, optar em passar o ensino médio para o estado. Afirmou também que estão
prestes a receber um TAC da promotora da infância, cobrando esta mudança. Também
questionou as cobranças dos manifestantes. “Vocês estão brigando por 3 escolas,
nós da secretaria de educação temos que dar conta de 93. Se você querem
igualdade com todo mundo eu pergunto se
é justo deixar um quantitativo do lado de fora, pois para entrar no Rui Barbosa
são escolhidos os alunos de notas altas, enquanto aqueles que tiram notas
baixas vão para outras escolas e até para o estado.” Disse uma representante.
A Secretária de Educação, Juciara
Noronha, foi a última a falar e chegou
com um discurso se defendendo de colocações que foram feitas no momento de sua
ausência neste encontro. “Ao contrário do que foi dito aqui o evento lá em cima
merece o mesmo respeito que este. Ouso até dizer que é mais importante do que
este. Recebi um grupo de alunos em meu gabinete, só que assuntos que não são
para tratar com alunos eu não vou tratar . Se vocês querem transparência
procurem a justiça, façam o que a promotora sugeriu. Não é intenção do
município fechar escola alguma. Não é vontade da prefeitura, mas estamos
conversando para cumprir uma determinação da lei. Não é no grito, nem com
ofensas ou ataques que vão conseguir. Gostaria que não houvesse falta de
respeito. Fui insultada e não faltei com respeito com ninguém.” Disse a
secretária .
O discurso da Secretária não
agradou a todos. A mesma impressão foi causada pela titular da pasta outrora em
uma audiência na Câmara Municipal, onde se discutiu junto a população da cidade
e representantes religiosos o caso da ideologia de gêneros. Na ocasião, Dirlei
Pereira teve que intervir acalmando os ânimos dos vereadores que se levantaram
contra suas palavras.
Resumindo, o MP anotou tudo,
denúncias, colocações e informou que levará em conta as falas e sugestões
apresentadas para dar prosseguimento ao caso.
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