Prevenção é essencial para evitar a proliferação da doença, também transmitida pelo Aedes aegypti
Alunos de Enfermagem da Universidade Veiga de Almeida (UVA) recebem treinamento para levar informação e orientação a toda comunidade acadêmica sobre o risco de uma epidemia de dengue nos próximos meses. Junto com a doença, outro vírus transmitido pelo Aedes aegypti causa preocupação nesta temporada, o CHIKV. Ao ser picado pelo mosquito infectado, o paciente desenvolve a febre chikungunya, que tem sintomas parecidos com os da dengue. A doença é menos letal, porém pode causar dores profundas no corpo, especialmente nas articulações, por um longo período, afetando os movimentos e a locomoção.
O mutirão de sensibilização, organizado por alunos de Saúde Coletiva, será realizado na próxima quinta-feira, 26 de março, junto a comunidade acadêmica, sob a supervisão da professora Cláudia Oliveira. Os alunos também estão sendo preparados para prestar orientação em outros locais da comunidade. A professora Cláudia destaca que a circulação de pessoas no mundo é um dos fatores que contribuem para o alastramento da doença e a melhor medida é não deixar o mosquito se proliferar, por isso a eliminação dos possíveis criadouros do mosquito é fundamental. “Se não adotarmos as medidas preventivas, corremos o risco de ter uma epidemia da doença”, enfatiza.
Cláudia explica que o nome da doença vem do dialeto Makonde, da Tanzânia, é significa “aqueles que se dobram”, exemplificando um pouco as limitações que o paciente adquire. Segundo a bióloga, os sintomas iniciais são semelhantes aos da dengue, como febre, mal-estar, dores pelo corpo, dor de cabeça, apatia e cansaço, mas o vírus da febre chikungunya se desloca até as articulações, causando inflamações, acompanhadas de dor, vermelhidão, inchaço e calor local. “Essas dores podem permanecer de 18 a 36 anos, afetando essencialmente a qualidade de vida das pessoas”, explica. A doença também pode ser transmitida pelo Aedes albopictus, mosquito que leva o vírus da malária. A febre chikungunya não é transmitida de pessoa para pessoa, mas uma pessoa doente pode infectar o mosquito transmissor.
Epidemia
Apesar do vírus ter sido isolado na Tanzânia, em 1950, epidemias da doença tem sido registradas na última década, propagados especialmente por meio de viajantes infectados. Em 2010, foram identificados os primeiros casos importados no Brasil. Entre 2014 e 2015, foram confirmados 100 casos da doença trazida por pessoas que viajaram para países com transmissão da doença, entre eles, República Dominicana, Haiti, Venezuela e Ilhas do Caribe. Segundo o Ministério da Saúde, o número de casos autóctones no Brasil está aumentando. Só este ano, foram registrados 1.049 novos casos, nos estados da Bahia e Amapá. No ano passado, foram 2.773 casos autóctones.
O Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), divulgado na última semana, mostra que 340 municípios brasileiros estão em situação de risco para a ocorrência de epidemias e 877 estão em alerta. Os municípios em situação de risco apresentam larvas do mosquito em mais de 3,9% dos imóveis pesquisados e para estar dentro do nível satisfatório, o índice deve ser inferior a 1%. Até o início do mês, 224,1 mil casos de dengue haviam sido registrados no país.
Faça a sua parte
Evite o acúmulo de água parada e limpa em locais abertos;
Coloque areia nos vasos de plantas;
Limpe as calhas;
Coloque tela nas janelas;
Seja consciente com seu lixo;
Use repelente.
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