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    Cabo Frio é base de pesquisa internacional para preservação de atuns

    A vocação da costa cabo-friense para a pesca, terceiro pólo produtor do Estado do Rio de Janeiro, pode contribuir de maneira significativa para o Programa de Marcação de Atum Tropical do Oceano Atlântico. O projeto é financiado pela Comissão Internacional para Conservação dos Atuns do Atlântico (ICCAT, na sigla em Inglês), que oferece recompensa em dinheiro por peixe e brindes a pescadores que capturarem os atuns marcados. 

    Até agora foram marcados cerca de dois mil atuns nas costas cabo-frienses, a maior quantidade entre todas as regiões brasileiras envolvidas no projeto, que está em andamento. São dois tipos de marcas: as amarelas e as laranjas ou vermelhas. No caso das amarelas, os pescadores que a encontrarem devem informar os dados da marca, onde o peixe foi capturado, dia e horário, além do tipo de peixe e tamanho forcal (da boca até a ponta inferior da forquilha caudal, que deve ser medido pela barriga do peixe).

    Em relação às marcas laranja ou vermelhas, os peixes também possuem uma marcação química, e devem ser preservados em gelo. No cais, os produtos serão adquiridos pelos pesquisadores pelo preço de mercado.


    Recompensa e premiação
    O superintendente de pesca Alexandre Marques recomenda que os peixes capturados com as marcas sejam mantidos em local separado nos cruzeiros de pesca, facilitando o trabalho dos pesquisadores no ato do desembarque. Ele lembra que a colaboração dos mestres de embarcação é indispensável.

    “Precisamos maximizar os esforços para recuperação das marcas. O pescador, ao encontrar um peixe marcado, precisa entender que possui uma jóia em suas mãos e não um problema” destaca o coordenador-geral do programa, Pedro Güemes.

    Nesta primeira fase, além da costa fluminense onde foram marcados dois mil peixes, estão sendo marcados ao todo 13 mil exemplares de atuns, incluindo bonito listrado, albacora laje e albacora bandolim e, ainda, em menor escala, cavala impigem nos estados de Santa Catarina, Pernambuco e Rio Grande do Norte. O Uruguai também está nesta etapa. Em todo o Atlântico, os esforços internacionais almejam marcar 120 mil peixes no decorrer do ano.

    Cartas de pesca fazem a diferença
    Por meio das marcas, o programa pretende identificar o volume do estoque de atuns e rota migratória. Será possível, ainda, avaliar questões como idade, crescimento e reprodução. O coordenador municipal de Meio Ambiente de Cabo Frio, biólogo Eduardo Pimenta, que comanda os trabalhos na costa fluminense, lembra que “o fenômeno da ressurgência gera abundância de alimentos e torna a região um lugar ímpar, como berçário de espécies e rota migratória”.

    O sucesso nas marcações realizadas em Cabo Frio se deve, em parte, à existência de cartas de pesca desenvolvidas pela equipe de pesquisa orientada por Pimenta nas duas últimas décadas.

    “Sabemos o que queremos e sabemos onde encontrar por conta das nossas cartas de pesca, desenvolvidas aqui mesmo em Cabo Frio”, destacou Pimenta, ressaltando que os dados gerados são fundamentais para a tomada de decisões e elaboração de políticas públicas que mantenham as cotas de consumo equilibradas, garantindo os empregos gerados e os estoques para que as futuras gerações também possam usufruir de uma proteína saudável.

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