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*Reginaldo Gonçalves
O Dia dos Namorados é a terceira
data mais importante para o comércio, pois costuma movimentar bastante as
vendas no varejo. Os presentes vão desde produtos eletroeletrônicos, flores,
roupas, sapatos e bijuterias até joias e perfumes mais caros. É uma
comemoração arraigada no calendário brasileiro, que também aquece o setor de
serviços e os restaurantes.
O comércio varejista, mesmo com a
perspectiva no aumento de vendas, não vislumbra um grande desempenho, pois
muitos brasileiros ainda estão endividados em decorrência do desemprego.
Mesmo os que não perderam os seus postos de trabalho seguem preocupados com a
crise e estão evitando gastos, como mostram os estudos referentes ao consumo
das famílias.
O aumento do desemprego acaba
pressionando o consumo de maneira negativa. Tudo o que é supérfluo é deixado
de lado e os presentes acabam tendo um limite de valor, que deverá ficar na
faixa entre R$ 80,00 e R$ 150,00. Todos, contudo, buscarão comemorar o Dia
dos Namorados com alguma lembrança, de modo a marcar a data com um
reconhecimento e consideração com a pessoa amada.
A falta de confiabilidade do
Governo Dilma, provocada por dúvidas na gestão relacionadas à contabilidade
criativa e às pedaladas fiscais, levaram à suspensão do seu mandato até o seu
julgamento. A perspectiva de mudanças comportamentais e a possibilidade de
maior transparência nos gastos no governo do presidente interino Michel Temer
estão possibilitando mudanças relacionadas ao estancamento nos gastos
públicos e redução do desemprego. Porém, algumas iniciativas da nova gestão
já a coloca em saia justa, principalmente por nomear a cargos importantes
vários políticos envolvidos na Operação Lava Jato. Isso já provocou o
desligamento precoce de dois ministros.
A transparência, que não foi a
marca da gestão anterior, começa a manchar o Governo Temer. Um dos problemas
mais preocupantes é a insegurança quanto no corte dos gastos públicos. O
corte de determinadas despesas e realinhamento de investimentos, medidas
adotadas e depois revertidas por pressões dos diversos partidos políticos,
estão causando um desconforto para o presidente interino, que já vem sendo
criticado na Câmara dos Deputados e no Senado.
Outro ponto é a questão relacionada
à aprovação do reajuste salarial dos servidores públicos. Nesse aspecto, a
crítica que vem sendo feito questiona qual receita será direcionada
para cumprir tal aumento, já que o impacto será de R$ 58 bilhões até 2019.
A comemoração do Dia dos Namorados
pode ser um sinal de como o comércio está refletindo a reversão do cenário
negativo na gestão governamental, embora a data seja pontual e, portanto, os
presentes possam ter valor customizado. Será importante observar o volume de
negócios efetuados nesse período e a perspectiva futura, para se estabelecer
uma tendência do comércio e suas repercussões na economia como um todo.
O importante é que o comércio
aproveite a expectativa de compra dos consumidores e busque produtos que
efetivamente marquem a data e sirvam como referencial para simbolizar o amor
e o carinho de cada casal, independentemente do preço de cada presente. A
esperança de dias melhores para o varejo dependerá da estratégia de cada
comerciante, mas o fator desemprego preocupa os consumidores, sendo um
limitador dos gastos.
*Reginaldo Gonçalves é coordenador
do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina (FASM).
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Dia dos Namorados será o primeiro termômetro do Governo Temer
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