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    Autismo é Tema de Palestra em Escola de Iguaba Grande

    No dia 02 de abril foi comemorado o Dia Mundial do Autismo. Para comemorar a data e trazer mais informações sobre o tema para a comunidade, a Escola Municipal Ernestina Soares de Azevedo reuniu funcionários, alunos e pais, na manhã, do último sábado, dia 16 de abril. O evento iniciou com uma caminhada para chamar a população para uma palestra voltada à conscientização do autismo realizada no interior do prédio. 

    Segundo a Diretora da Escola, Vânia Vieira, especialista em educação especial para deficiência auditiva, o primeiro encontro foi no ano passado. “A minha intenção é dar continuidade a encontros como este e ampliar, fazendo com que isso se torne mais frequente, com mais de uma vez por ano. A caminhada é para divulgar o evento, convidando a comunidade para a escola, apresentando a importância de conhecer o tema. E assim, podermos conviver de uma forma mais harmônica, com todas as crianças, seja ela especial ou não; e juntos quebrarmos qualquer tipo de preconceito, melhorando a convivência”, revelou.

    Atualmente, são nove crianças que recebem o atendimento especializado. Para facilitar a aprendizagem e a circulação das crianças especiais, a escola se adaptou, alargando as portas; construindo rampas; instalando barras para cadeirantes nos banheiros; montou a sala de recursos multifuncionais, com materiais didáticos, computadores e jogos; instalou placas em braile; placas antiderrapante nos corredores; adquiriu um andador e uma cadeira especial; além, dos cursos de capacitação oferecidos pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura, aos professores e monitores, que acompanham as crianças especiais. As quais têm um monitor exclusivo para cada uma delas.

    Para Viviane Gomes, uma das professoras do AEE (Atendimento Educacional Especializado), com o atendimento individualizado ela consegue trabalhar a dificuldade de cada criança, na sala de recursos multifuncionais, onde são administrados trabalhos direcionados para cada aluno. “Aqui, nós percebemos que eles se desenvolvem. O atendimento é especializado, o que faz com que a criança tenha um avanço, que não pode ser alcançado dentro da sala de aula, com uma professora que tem 20 alunos. Os nossos jogos e materiais didáticos são trabalhados e desenvolvidos para a dificuldade de cada criança. Além, de estimularmos a AVD (Atividades da Vida Diária), para que as crianças sejam autônomas e independentes”, afirmou Viviane.

    A pedagoga Flávia Serpa Pinheiro, também professora da sala de recursos multifuncionais é Especialista em Educação Especial, e trabalha na sua especialidade há cinco anos. De acordo com Flávia, quando observadas algumas características que identificam o autismo, a criança é encaminhada para o NAE (Núcleo de Atendimento a Criança Especial), do município de Iguaba Grande, para ser feito uma triagem. “O autismo é uma forma diferente de ver o mundo, não tem cura e ainda está sendo investigado. Mas, as crianças podem viver no mundo, de forma normal. Na escola temos condições de atender a qualquer especial. Estamos bem equipados e adaptamos o que não temos”, concluiu Flávia.

    Segundo Aline de Oliveira, avó e responsável de Davi Oliveira, 06 anos, que tem paralisia cerebral, para colocá-lo na escola foi difícil, por conta da superproteção. “A APAE que me indicou a inicialização dele na escola. Há quatro anos, que ele está na escola. Está cursando o primeiro ano. Hoje, o meu maior progresso é a inclusão. Antes, eu não podia sair de casa, porque ele não fica e nem se alimenta com ninguém. Hoje, ele se alimenta e fica aqui. É a melhor escola de inclusão da cidade. Muito boa”, confessou Aline.

    Outra responsável, que elogia a escola é a dona de casa, Bianca Duarte, mãe da aluna Luciana Duarte, que fará 06 anos, no dia 21 de abril. A menina tem o Transtorno do Espectro Autista. De acordo com Bianca, Luciana demorou muito para falar e mamou até os quatro anos de idade, não aceitava nenhum outro tipo de alimento e ainda, não se socializava. “Ela queria ficar sempre sozinha. Quando ela veio para escola, aos quatro anos, me explicaram que seria bom eu levá-la ao NAE para fazer uma avaliação”, lembrou.

    Para Bianca, a parceria da família com a escola foi imprescindível para alcançar progressos no desenvolvimento da Luciana: “Quando ela iniciou na escola, não falava, usava fralda e tomava mamadeira. Hoje, ela está se desenvolvendo normalmente. Ela acompanha a turma, no sentido de aprendizagem; ela escreve o nome, conta até 20, reconhece os números. A cada dia é um aprendizado. A escola é excelente! Ela tem uma monitora, participa de passeios. Estou muito feliz que estão construindo mais salas e ela vai poder ficar mais um ano aqui”, comemorou.

    As palestrantes foram Rosane Pinho pedagoga e psicopedagoga da APAE de Araruama e Viviane Frota, fonoaudióloga. O tema foi apresentado para as famílias com o objetivo de orientar a melhor maneira de convivência com o autista, esclarecendo algumas dúvidas e apresentando algumas características da criança com Transtornos do Espectro Autista e a necessidade da parceria entre família e escola.

    Rosane Pinho abordou sobre a importância de respeitar cada dificuldade e evitar comparações entre eles: “Porque às vezes o objetivo da família é querer que ele leia e escreva. Mas, o mais importante é trabalhar a independência dele para que ele possa fazer as atividades diárias de maneira independente. É importante quebrar o paradigma da família, de que ele tem que ser igual ao outro. Cada um tem a sua dificuldade. Nós temos cinco sentidos. O profissional vai utilizar o que ele tem para oferecer, para que possa trabalhar com ele, desenvolvendo o máximo possível, com a parceria entre a família e a escola. É preciso utilizar de atividades lúdicas para ensinar a escrever, as cores, etc.”, explanou Rosane.

    Já Viviane explicou sobre a diferença entre a fala e a linguagem. “No caso, do autista, ele tem a dificuldade de externar o que ele pensa. É frequente dizer que ele não fala por ser surdo. Na verdade, ele não é surdo. A fala são os movimentos pelos órgãos, e a linguagem é o que a gente precisa externar. O autista tem esta dificuldade de externar o que ele pensa”, esclareceu Viviane.

    A Prefeitura de Iguaba Grande, através da Secretaria de Educação e Cultura, têm desenvolvido diversos trabalhos na área da inclusão, e no próximo dia 28 de abril, estará acontecendo o III Seminário de Educação Especial de Iguaba Grande que abordará o tema “Autismo: Construa um Laço de Amor” no auditório da SEMEC, das 8h às 12h, voltado aos profissionais da Educação.

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