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    Cabo Frio fica sem "Esperança". Abrigo fecha as portas.

    Fim.  Assim começamos a falar sobre uma das instituições que realiza um belíssimo trabalho, ou realizou, em Cabo Frio. Infelizmente o Lar Esperança, que atende a pessoas Soro Positivas para HIV, uma Organização sem fins lucrativos, não resistiu aos muitos problemas causados pela falta de repasse financeiro, estrutura física e humana.
    A presidente, Aparecida Porto, muito emocionada, não encontrou condições de nos dar uma entrevista, mas confirmou todo o cenário de desespero. “ Algumas pessoas achavam que estávamos fazendo sensacionalismo...que tristeza”. Declarou.
    Quando nossa reportagem chegou na instituição na Rua Antônio Duarte Guimarães, 20 , no Braga, em Cabo Frio, encontrou um ambiente de extrema tristeza e choro. Eram internos e familiares que não tinham qualquer perspectiva sobre o futuro. Na casa, considerada,  em outros tempos, como uma das maiores e com uma estrutura excelente para desenvolver o trabalho, ainda existem 9 pessoas assistidas . Muitas sem famílias, chegaram apenas com as roupas do corpo e encontraram ali muito amor e dedicação pelo próximo. Fundada em 1993, por Ivone Porto, uma auxiliar de Enfermagem, hoje o Lar Esperança está sob a responsabilidade de Cida Porto, filha da fundadora.   As portas serão fechadas, mas antes disso a diretoria vai encaminhar cada interno para outros locais, para que ninguém fique desamparado.  “Por um milagre conseguimos em uma instituição, na cidade de Itaperuna, 05 vagas.  Estaremos encaminhando todos os pertences para dar conforto a eles.” Disse a presidente, que ao relatar toda a dificuldade conseguiu uma inesperada atitude por parte da presidente da instituição em Itaperuna. A diretora vai liberar a sua sala para transformá-la em um quarto onde ficarão os internos, abrindo assim vagas que não existiam. O Lar Esperança vai encaminhar as camas, roupas e ventiladores para o local. Os outros serão encaminhados para residência de parentes, mas ficarão sendo atendidos em seus lares pela diretoria.

    Campanhas foram feitas, arrecadação de alimentos, pedidos de ajuda, mas todo este esforço não foi capaz de sanar os problemas . Sem enfermeiros em tempo integral, sem funcionários para limpeza, sem telefone, com contas atrasadas, a organização hoje ainda corre o risco de ser responsabilizada caso algum interno venha a falecer em suas dependências e neste caso seus diretores seriam chamados diante da justiça.
    “Tivemos promessas e conversas por várias vezes com representantes do governo, mas ficou nisso.” Finalizou Aparecida Porto, afirmando que até sexta feira (01), infelizmente, a belíssima história do Lar Esperança chega ao fim.

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