“A
partir do trabalho que estamos desenvolvendo em Cabo Frio, podemos
falar que a tendência da hanseníase é para a eliminação, para o
controle”, afirma Edilane Medeiros, superintendente municipal de
Vigilância em Saúde
Nos
últimos anos, o município de Cabo Frio tem registrado um declínio
lento, gradual, mas consistente de enfermidades como a hanseníase,
doença que ainda hoje é considerada problema de saúde pública em alguns
estados brasileiros. O motivo é um só: o desenvolvimento de estratégias
que conseguem de fato mobilizar a capacidade de diagnóstico e de
tratamento para a interrupção da cadeia de transmissão da doença.
–
Não podemos desconsiderar que temos uma situação de desigualdade entre
os estados, entre as regiões do país. Mas, a partir do trabalho que
estamos desenvolvendo em Cabo Frio, podemos falar que a tendência da
hanseníase é para a eliminação, para o controle – afirma Edilane
Medeiros, superintendente municipal de Vigilância em Saúde.
Em
2013, o município registrou 14 casos de hanseníase. No ano passado
foram 13, e em 2015, de janeiro até agora, foram notificados apenas seis
casos da doença. No Brasil, em 2013, foram registrados 31.044 casos da
doença. De acordo com o Ministério da Saúde, a principal causa da doença
é a falta de informação. A hanseníase pode ser confundida com outras
doenças, como o pano branco, passando despercebida por muitos
brasileiros.
Hoje,
apenas o Distrito Federal e oito estados - Rio Grande do Sul, Santa
Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do
Norte e Alagoas - tem taxa de prevalência abaixo de um caso por 10 mil
habitantes. Ou seja, nesses locais a doença não é mais considerada
problema de saúde pública. A maior prevalência da doença é em Mato
Grosso, com taxa de 9,03 por grupo de 10 mil pessoas. Segundo Edilane
Medeiros, o tratamento é garantia de cura.
–
A hanseníase tem cura, mas, caso haja demora em detectar a doença, ou
se o tratamento não for adequado, pode deixar sequelas na pele e nos
nervos – alerta.
Em
janeiro de 2013, a Vigilância em Saúde trouxe para Cabo Frio o projeto
"Rio de Hanseníase", com o objetivo de detectar os casos ocultos da
doença no município, além de aperfeiçoar a divulgação dos sintomas,
informar a população sobre prevenção, tratamento e contra o preconceito.
Também intensificou campanhas de prevenção e imunização preconizadas
pelo Ministério da Saúde, que há anos não recebiam atenção especial.
Além do PAM de São Cristóvão, a Secretaria Municipal de Saúde expandiu o
tratamento e a distribuição de medicamentos para outras duas unidades
de saúde. São elas, o PAM de Santo Antônio, em Tamoios; e o Hospital
Otime Cardoso dos Santos, no Jardim Esperança.
A
hanseníase é uma doença contagiosa, provocada por uma bactéria e
transmitida por pessoas doentes que não estejam em tratamento. A
recomendação é para que as pessoas procurem os serviços de saúde assim
que aparecerem manchas de qualquer cor em qualquer parte do corpo,
principalmente se a mancha levar à diminuição da sensibilidade ao calor e
ao toque. O período de incubação é longo: do contágio até os primeiros
sintomas, podem se passar cinco anos.
–
O medo da discriminação afasta pacientes das unidades de saúde e
dificulta o diagnóstico e o tratamento da hanseníase. Por isso, a
informação é o melhor remédio – ressalta Edilane.
Alguns
dos sintomas da hanseníase são manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou
amarronzadas pelo corpo, diminuição da sensibilidade ao calor, à dor e
ao tato e caroços e inchaços pelo corpo.
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