Natana foi morta no Parque das Garças, em Cabo Frio.
A vítima foi encontrada embaixo de uma ponte com a sua moto por cima.
O local está abandonado e de difícil acesso por conta das tábuas faltando.
A equipe esteve no local para levantar mais informações .
Numa coletiva de imprensa na
delegacia de Cabo Frio, a Delegada Titular, Dra. Flavia Monteiro apresentou a
definição do caso Natana. Para quem não se lembra, trata-se do caso da jovem,
editora da InterTv, encontrada morta no Parque das Garças, em Cabo Frio, no dia
01 de janeiro de 2015. No início,
peritos acreditavam se tratar de um acidente de trânsito, já que a vítima foi
encontrada na lagoa com sua motocicleta Honda bizz por cima, aparentando ter se
afogado após o acidente, mas a Delegada foi ao local e pediu que o Núcleo de
Investigação de Homicídios (NIH), composto pelos Investigadores Pedro Anderson,
Nilton Araújo, Celso Cunha ( Inspetor Chefe ) e o comissário chefe da
homicídio, Luiz Gustavo, também a acompanhasse e diante de todo o cenário
decidiram investigar mais a fundo .
“Quando nós chegamos no local
vimos que seria muito difícil para uma jovem passar pelo deck, pois estava
faltando várias tábuas. Constatamos que para chegar até onde estava o corpo
somente com a ajuda de alguém. O local está abandonado e eu acredito que é
frequentado por usuários de drogas. Não seria um local para passear naquele
horário. ” Disse a delegada se referindo as festividades de virada de ano.
Parentes e amigos foram chamados
e a polícia descobriu que a vítima tinha um namorado que era casado, Antônio Carlos da Silva Escudeiro, de apelido Tony, que foi localizado no dia 01
de janeiro, mesmo dia em que encontraram o corpo . Segundo a polícia, quando
ele recebeu a notícia da morte não mostrou nenhuma emoção. A equipe fez um levantamento e encontrou um
mandado de prisão antigo e em aberto pelo crime de sequestro, então foi preso
na hora.
Ainda segundo as testemunhas, a Natana estava passando o
reveillon com familiares e amigos, mas a todo o tempo ficava no telefone
discutindo com o Tony. Este aparelho celular não foi encontrado. Ela saiu da Praia do Forte por volta das 2:30hs da manhã para se encontrar com o namorado.
No primeiro depoimento, o Tony (foto),
que tem 38 anos, afirma que passou o réveillon com a família em casa e que
dormiu por volta das 3 horas da manhã, após ter assistido, através do
computador, o seriado House. Confirmou que tinha um caso antigo com a vítima,
ainda do período em que ela trabalhava numa farmácia, antes da Intertv. As
pessoas que sabiam do relacionamento o caracterizaram
como uma relação doentia, de perseguição por parte dele e a todo o momento a
vítima ameaçava contar tudo para a esposa traída .
A esposa do Tony, afirmou que ele realmente estava com a
família, mas que ela foi dormir por volta de 1 hora da manhã e só acordou por
volta das 5 horas, encontrando –o dentro de casa, não vendo-o sair . Ela, indignada
por saber da traição do marido após a morte da Natana, entregou o computador,
que pertencia ao casal, por livre e espontânea vontade, onde peritos
constataram a primeira mentira do suspeito . “Ele não viu nenhum seriado como
tinha afirmado, e tem mais, o computador
foi desligado por volta das 3 horas.” Disse a delegada.
Com a ajuda de imagens de um
sistema de segurança de um estabelecimento comercial, descobriram que o acusado
tinha saído de casa por volta das 3 horas e só retornando por volta das 5
horas. Exatamente o período em que a Natana foi morta. Nas imagens mostram ele
se livrando de algo, que os policiais acreditam ser o chip do telefone da
vítima.
De posse das imagens, Dra. Flávia
Monteiro se deslocou até o presídio Patrícia Aciolli, em Niterói, onde o mesmo
está preso. Em seu segundo depoimento
continuou afirmando a primeira versão, mas quando lhe apresentaram as imagens
ele ficou nervoso. Passou a dizer que saiu apenas por 15 minutos para dar um
beijo na vítima ( antes disse que não a tinha encontrado ) e voltou, mas o
vídeo mostra que ele só voltou após 2 horas.
Diante de todas as provas e depoimentos a delegada não teve mais
dúvidas sobre a autoria do homicídio da vítima por parte do amante, então pediu
sua prisão preventiva, que foi acatada pelo Ministério Público , ficando o Antônio
Carlos Escudeiro preso, além do sequestro cometido anos atrás, também pela
morte de Natana Sanches Campos.
“Estamos com a sensação de dever
cumprido, pois sabemos que havia esta lacuna na vida dos familiares e respostas
para muitas perguntas. Ficou claro o envolvimento do acusado através das
contradições e das provas que a nossa equipe conseguiu. A justiça é cega, mas também enxerga no escuro.” Finalizou Dra. Flavia
Monteiro, delegada titular da 126ª Dp.
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