A onda de violência que voltou a
atingir Cabo Frio desde domingo acendeu, novamente, o alerta para a necessidade
da criação de uma política de segurança pública voltada para as cidades do
interior do Estado do Rio de Janeiro, em especial a Região dos Lagos. Conhecidas
por seu potencial turístico, moradores e empresários temem que as repetidas
notícias sobre violência prejudiquem a próxima temporada de verão.
Desde domingo o clima é de tensão entre moradores e
empresários dos bairros Guarani e São Cristóvão, onde dois ônibus e um caminhão
foram incendiados após a morte de quatro pessoas na comunidade do Manoel Corrêa
após confronto com a polícia militar. Toque de recolher chegou a ser decretado
no início da tarde de ontem obrigando o comércio a encerrar o expediente às 13
horas. Proprietário da Magnauto, no bairro de São Cristóvão, Carlos Magno Quintanilha
Filho comentou sobre os momentos de terror psicológico sofrido por ele e pelos
funcionários na manhã de ontem.
- Ligaram pra loja nos intimidando, mandando fechar
as portas. Apenas obedecemos. Mas hoje, graças a Deus, está tudo tranquilo –
comentou ele, que defende o reforço do número de policiais nas ruas e a
implantação de uma Central de Monitoramento.
Localizada no bairro Guarani, a Auto Mecânica Zeca
também foi obrigada a fechar mais cedo ontem. Segundo o proprietário José
Carlos Donna, “é uma sensação de insegurança muito grande que acaba gerando
prejuízo para moradores e empresários”.
- Acredito que se tivéssemos uma Central de
Monitoramento na cidade ajudaria bastante, porque inibiria certas ações –
comentou.
Desde fevereiro deste ano a Associação Comercial de
Cabo Frio vem discutindo a implantação de câmeras na cidade. O presidente da
entidade, Walmir Porto, chegou a participar de uma Audiência Pública sobre
Segurança na Câmara Municipal de Cabo Frio junto com o comandante do 25º BPM,
coronel Ruy França, e desde então vem mantendo contato com uma empresa de TV a
cabo da cidade para criação de um projeto de monitoramento.
- Eu e Miguel Angel Muller, da Costa do Sol, já
conversamos algumas vezes sobre o assunto. Na última reunião ele ficou de me apresentar
o projeto da rede para que pudéssemos montar o projeto de monitoramento. A
gente sabe que a Central de Monitoramento não vai acabar com a violência, mas
ao saber que tem câmeras de segurança espalhadas pela cidade o bandido vai pensar
duas vezes antes de agir. É a solução paliativa que nos cabe, como
representante de entidade de classe, já que o Estado não vem fazendo a parte
dele, que é investir em política de segurança pública para todo o Estado, e não
somente na capital – explicou Walmir, que também já estuda outras alternativas
de monitoramento em parceria com empresários de vários segmentos da cidade.
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